sábado, 27 de fevereiro de 2010

O poder da nossa grana

Trabalhando fora e respondendo por uma fatia importante do orçamento doméstico ou decidindo as compras da família, a mulher tem voz cada vez mais ativa na economia do país - mas continua a quase um século de distância da igualdade com os homens.




352 bilhões de reais! O valor impressiona e, acredite, é apenas uma parcela que circula pelas bolsas femininas. Ele equivale a 15% do PIB  do país e foi calculado pela economista Hildete P. de Melo, da Universidade federal Fluminense, no Rio de Janeiro, levando em conta o salário médio e a quantidade de mulheres economicamente ativas em 2007 - 43 milhões de trabalhadoras, segundo a última Pesquisa Nacional por Amostragem de Domicílio, do IBGE, feita naquele ano.

Só que a influência feminina no mercado  vai além: 70% das casas, trabalhe ou não, é a mulher que decide o que será comprado e quando, constatou uma pesquisa do Ibope de 2008. O nome disso é poder econômico e, socialmente, compra bem mais que batons e boa vontade.
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Campeãs de empreendedorismo

A dificuldade em encontrar um emprego empurra muita mulheres para o negócio próprio, mas vem crescendo também a parcela que resolve empreender porque quer explorar uma boa oportunidade. Foi o que constatou uma pesquisa Empreendedorismo no Brasil 2007, feita pelo Global Entrepreneurship Monitor (GEM) e o Instituto Brasileiro de Qualidade e Produtividade (IBQP). Segundo este estudo, as mulheres correspondem a 52% dos empreendedores brasileiros. 

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As áreas mais exploradas são o comércio varejista (37%), a indústria de transformação (27%) e as atividades de alojamento e alimentação (14%).

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Comunistas assumidas

Trazendo para casa o próprio dinheiro, a mulher ganhou em autonomia, poder de decisão e acesso aos bens de consumo. Mas sua influência no mercado vai além do que ela ganha diretamente. Uma pesquisa realizada entre 08/2007 e 07/2008 com mais de 18 mil brasileiros de ambos os sexos, revelou que em 70% dos domicílios o sexo feminino é responsável pelas decisões de compra. "É uma solução natural: quem está mais ligado à rotina da casa também conhece melhor as necessidades", diz a ex-professora Kenia Curci Chacon.

No modelo feminino de administração, 60% do orçamento são destinados às necessidades familiares e 33% às despesas pessoais, segundo a pesquisa Ibope Inteligência. Do dinheiro que a mulher direciona a si mesma, mais da metade vai embora em roupas, acessórios e produtos de beleza e higiene.

Pois é, a bolsa feminina está recheada e mais do que nunca influencia o mercado. Mas continuamos longe de uma situação de igualdade com os homens.

(Iracy Paulina - O poder da nossa grana - Seção Trabalho e Consumo - 
Revista Cláudia - Março/09 - pág. 58)


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