domingo, 28 de fevereiro de 2010

Guia de Nutrição para os 20, 30, 40, 50, + ... - Parte I

Boas escolhas aos 20

Não deixe para depois. Este é o melhor momento para adquirir bons hábitos - assim você controla a TPM, que costuma ser acentuada por causa dos altos níveis hormonais, e mantém a facilidade de perder peso, graças ao metabolismo acelerado.



- Almoçar com o iPod ligado pode fazer você consumir 100 calorias a mais do que se o aparelho estivesse desligado. Numa conta rápida, ficar mais atenta à música do que à comida pode custar até 5 quilos a mais por ano!

- Estudos mostram que mulheres com tensão pré-menstrual têm menos quantidade de açúcar no sangue. Por isso não deixe de incluir na sua dieta leite e seus derivados com baixo teor de gordura.

- Já comeu feijão hoje? "O grão é rico em ferro e previne a anemia, doença bastante comum entre jovens devido a grande perda de sangue na menstruação", diz Bia Rique. Para aumentar a absorção do mineral pela organismo, consuma na mesma refeição uma fonte de vitamina C, como suco de laranja ou salada de folhas verdes.

- Nos intervalos da faculdade ou trabalho invista em um iogurte desnatado. Este alimento é perfeito para o lanche, pois sacia e retarda a fome por mais tempo do que uma fruta, por exemplo.

- Em vez de descontar a ansiedade numa caixa inteira de bombons, refira atacar uma porção de frutas secas, como banana, damasco, figo ou uva. Como elas não tem água, a quantidade de açúcar natural fica concentrada no petisco, matando a vontade do doce sem extrapolar nas calorias. Só não vale exagerar na dose.

- Comer um tomate por dia potencializa o resultado da ginástica. Ele contém potássio, sódio e magnésio que aceleram a resposta do músculo ao exercício.

- Tenha sempre na geladeira sopa natural - pode ser de cenoura, tomate, abóbora, espinafre ou agrião. Por serem ricas em água e fibras, ocupam grande parte no estômago e levam à saciedade. Um prato de sopa quentinha é ideal para quem chega tarde da noite e não quer dormir com a barriga vazia - nem a consciência pesada.

- Não é à toa que refrigerante é tachado como caloria vazia: tem muito açúcar a gás e não oferece nenhum nutriente. Para quem não consegue ficar sem, a nutricionista Cynthia Antonaccio, sugere que consuma a bebida dia sim, dia não, até acostumar a tomá-la apenas nos fins de semana. A recomendação para as versões zero e light é a mesma. Meninas, gás estufa!

- Se você ama sanduíches, mas foge dele para não engordar, saiba que ricota está liberado.

- Aos 20, ter dificuldade para emagrecer não é normal. O problema pode estar no intestino preguiçoso. Nesse caso inclua no café da manhã uma porção de granola, aveia, farelo de trigo ou de arroz. Além de ajudar o intestino a funcionar melhor, estas fibras previnem a constipação e controlam o apetite.

- Substituir uma refeição por um shake para dar uma secada rápida, tudo bem, só não vale ficar deixar de almoçar e jantar por dias seguidos.

- Prato congelado é o melhor amigo de quem vive na correria ou não sabe cozinhar. O preço para a saúde e beleza, porém, pode ser alto. "Esses produtos têm muitos conservantes e gordura saturada, que engorda e prejudicam a saúde do coração", adverte a nutricionista Roseli Rossi.

- Esqueça a história de querer emagrecer do dia para a noite com a dieta da celebridade da vez.  Pesquisas apontam que de cada dez pessoas que seguem regimes da moda, como o da lua, do abacaxi ou da sopa, nove recuperam o peso em um ano. Depois a frustração é maior!

- Fazer jejum é um crime contra a dieta e a saúde. O certo é comer um pouquinho a cada três horas. "Esse intervalo evita a perda de massa muscular, que é essencial para a queima de gordura, mantém o metabolismo acelerado, diminui o apetite e reduz os níveis de hormônio cortisol, que aumenta a barriga", diz Jorge Cruise.

- No happy hour pegue leve na cerveja. Cada lata de cerveja tem as mesmas calorias que um pão francês. Imagine, então o que pode acontecer às suas curvas se você comer quatro ou cinco "pãezinhos". Isso sem contar as calorias dos petiscos que acompanham a bebida...


(Ulrica d´Orey, Shâmia Salem e Simome Ota - Guia de Nutrição para os 20, 30, 40, 50, +... - Revista Claudia, Março/09, pág, 139 - 141)

sábado, 27 de fevereiro de 2010

O poder da nossa grana

Trabalhando fora e respondendo por uma fatia importante do orçamento doméstico ou decidindo as compras da família, a mulher tem voz cada vez mais ativa na economia do país - mas continua a quase um século de distância da igualdade com os homens.




352 bilhões de reais! O valor impressiona e, acredite, é apenas uma parcela que circula pelas bolsas femininas. Ele equivale a 15% do PIB  do país e foi calculado pela economista Hildete P. de Melo, da Universidade federal Fluminense, no Rio de Janeiro, levando em conta o salário médio e a quantidade de mulheres economicamente ativas em 2007 - 43 milhões de trabalhadoras, segundo a última Pesquisa Nacional por Amostragem de Domicílio, do IBGE, feita naquele ano.

Só que a influência feminina no mercado  vai além: 70% das casas, trabalhe ou não, é a mulher que decide o que será comprado e quando, constatou uma pesquisa do Ibope de 2008. O nome disso é poder econômico e, socialmente, compra bem mais que batons e boa vontade.
(...)


Campeãs de empreendedorismo

A dificuldade em encontrar um emprego empurra muita mulheres para o negócio próprio, mas vem crescendo também a parcela que resolve empreender porque quer explorar uma boa oportunidade. Foi o que constatou uma pesquisa Empreendedorismo no Brasil 2007, feita pelo Global Entrepreneurship Monitor (GEM) e o Instituto Brasileiro de Qualidade e Produtividade (IBQP). Segundo este estudo, as mulheres correspondem a 52% dos empreendedores brasileiros. 

(...)

As áreas mais exploradas são o comércio varejista (37%), a indústria de transformação (27%) e as atividades de alojamento e alimentação (14%).

(...)



Comunistas assumidas

Trazendo para casa o próprio dinheiro, a mulher ganhou em autonomia, poder de decisão e acesso aos bens de consumo. Mas sua influência no mercado vai além do que ela ganha diretamente. Uma pesquisa realizada entre 08/2007 e 07/2008 com mais de 18 mil brasileiros de ambos os sexos, revelou que em 70% dos domicílios o sexo feminino é responsável pelas decisões de compra. "É uma solução natural: quem está mais ligado à rotina da casa também conhece melhor as necessidades", diz a ex-professora Kenia Curci Chacon.

No modelo feminino de administração, 60% do orçamento são destinados às necessidades familiares e 33% às despesas pessoais, segundo a pesquisa Ibope Inteligência. Do dinheiro que a mulher direciona a si mesma, mais da metade vai embora em roupas, acessórios e produtos de beleza e higiene.

Pois é, a bolsa feminina está recheada e mais do que nunca influencia o mercado. Mas continuamos longe de uma situação de igualdade com os homens.

(Iracy Paulina - O poder da nossa grana - Seção Trabalho e Consumo - 
Revista Cláudia - Março/09 - pág. 58)


Feminista, sim, com muito orgulho

Toda vez que eu vejo uma jovem executiva, ambiciosa, competente, pavimentando o seu caminho para o topo e botando os pares de homens no bolso, tenho aquela sensação de não ter lutado em vão. Mas, se ela torce o nariz cheia de desprezo ao ser chamada de feminista, como se fosse uma espécie de xingamento medieval, reação cada vez mais comum, tenho um ataque de indignação! Por que tantas jovens de hoje estão injustamente desrespeitando aquelas que lhes abriram todas as portas? Será que acham que os avanços que temos caíram do céu? Quando escuto então, que elas não são "feministas" e sim "femininas", confesso que me desce uma verdadeira ira.

Não é feminino - e feminista! - buscar os próprios direitos, ter leis que nos protegem da violência doméstica e põe o agressor na cadeia? Não é feminino - e feminista! - ganhar o próprio dinheiro, ser independente para investir ou gastar? Não é feminino - e feminista! - ser dona do próprio corpo, viver plenamente a sexualidade e decidir quando ser mãe? Não é feminino - e feminista! - ver mulheres deputadas, senadoras, governadoras, até presidente de República? Não é absolutamente feminino - e feminista! - queres ganhar salário idêntico aos dos homens quando na mesma função, igualdade que ainda não alcançamos no mundo inteiro?

A discriminação não acabou, as batalhas não foram vencidas, há muito por fazer. E são as novas gerações que terão que enfrentá-las. Para isso vão ter que conhecer e valorizar o trabalho das pioneiras, que pagaram um preço altíssimo pelo que as mulheres jovens de hoje têm como líquido e certo. Vão ter que ter orgulho dessa palavra e de sua carga simbólica, que deveria ser uma medalha no peito de todas nós.

(Márcia Neder - Diretora de Redação - Revista Cláudia, Março 2009 - Seção Eu e Você, pág. 10) 



Estas palavras da Márcia Neder dará inicio a uma sequência de textos e mensagens em comemoração ao Dia Internacional da Mulher - 8 de Março.



Beijo a todas as Mulheres e Feministas!



A vida é assim...




Humor: 3




terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

A diversão dos interioranos concentrada em uma única avenida

Quem já morou no interior, ou passou alguns dias por lá, sabe do que eu vou falar.

Já notaram que a diversão em um dia de domingo, para os interioranos está concentrada em uma única rua? Aqui em Leme, interior de São Paulo, a concentração se dá na Av. 29 de Agosto, a principal da cidade. Passem por lá um domingo desses, após as 17 hs para comprovar... Parece que todas as pessoas da cidade resolvem parar, quando não ficam dando mil voltas nesta mesma rua.

Fiquem 30 minutos por lá e verá que uma mesma pessoa passa de carro por esta avenida pelo menos umas 8 vezes. Fica um trânsito infernal... feito cidade grande.

E se conseguir passar pela avenida toda verá que, a cada quarteirão, tem pelo menos uns 2 carros estacionados com o som alto... (obs.: um tocando a música da "pirigueti" e outro tocando "Djavu")... um paredão de meninos encostados nos carros ou nas paredes, e vários grupinhos de meninas dançando ao som dos carros, para se exibirem para os meninos.

E o povo que fica no meio da rua? Tem que desviar para não atropelar...

Alguns passam de carro ou moto, acelerando suas "máquinas"...

A febre do momento para essas pessoas parece ser os sorvetes de máquinas... aqueles que em todas as esquinas tem... O pessoal fica concentrado nessas sorveterias... 

Tenta passar por esta rua para tomar um sorvete ou comer uma pizza. Impossível? Claro que não... Mas tem que sair mais cedo, tomar um calmante e ir com muita paciência porque nem lugar para estacionar você encontra.

É assim... a diversão da população da cidade do interior está concentrada em uma única avenida. E o pessoal ainda acha isso interessante.

É mole?



domingo, 21 de fevereiro de 2010

A religião

A religião, essa sublime epopéia do coração humano, tem um símbolo para cada sentimento, uma imagem para todos os acidentes da nossa existência.

É ao pé do altar que o homem vê abrir-se para ele uma fonte de todas as as supremas venturas deste mundo -  família; e quando o sopro da desgraça vai desflorando uma a uma as flores da vida, é ainda ao pé do altar que achamos o consolo para as grandes dores, a esperança nos maiores infortúnios.

É que nesta brava romaria que fazemos pelo mundo, a religião nos acompanha como esses guias mudos do deserto, apontando-nos umas vezes o nada de onde partimos, outras a eternidade para onde caminhamos, e mostrando-nos a espaços com um aceno a linha negra que prognostica o simoun, ou os rastos dos animais que anunciam o oásis no meio das vastas sáfaras de areia.

Quantas vezes no seio das alegrias e dos prazeres, quando nossos olhos vêem tudo cor-de-rosa, quando o ar que respiramos parece vir perfumado dos bafejos da ventura, não sentimos de chofre o coração apertar-se como tomado por um doloroso pressentimento, e a alma constranger-se numa angústia pungente?

O deslumbramento passa rápido como o pensamento que o produziu. Mas dir-se-ia que o coração, comprimindo-se, como que vertera na taça do prazer uma gota de fel, e que entre o rumor da festa e os sons alegres da música, viera ferir-nos os ouvidos com um eco surdo das lamentações de Jó.

Também às vezes a fortuna nos embala docentemente, e ambição nos empresta suas asas de ouro, ao passo que a glória envolve-nos com a sua auréola brilhante. Então o homem caminha com os olhos fitos na sua estrela, e com a cabeça alta passa sem perceber as misérias do mundo.

Mas lá vem um dia, uma honra, um instante em que o corpo verga como o peso de tanta grandeza e a cabeça acurva-se para a terra. Os olhos que mediam o espaço vacilam; a vista que se dilatava pelos horizontes e ousava sondar os arcanos do futuro quebra-se ao encontro a uma lousa, a um fosso, onde a pá do coveiro traçou um estreito quadrado e com um pouco de terra revolvida o emblema ao som de uma sentença do Eclesiástico.

Se, porém, a religião é severa nos seus conselhos, e durante os dias de paz e de ventura fortifica o homem por meio da tristeza, na dor ao contrário, é de uma bondade infalível.

Nem uma fibra palpita no corpo humano, nem uma pulsação abala o coração, nem um soluço arqueja num peito quebrado pelo sofrimento, que não ache nela um eco, uma voz que lhe responda.

Neste grande livro da fé e da esperança, neste sublime diálogo entre Deus e o homem, todas as lágrimas têm uma palavra, todos os gemidos têm uma frase, todas as dores uma prece, todos os infortúnios uma história.

A vida humana se resume na religião; nela se acha a essência de todos os grandes sentimentos do homem e de todas as grandes coisas do mundo.

Tem a severidade e o respeito que inspira a paternidade e ao mesmo tempo todos os zelos da maternidade. Aconselha como um pai quando fala pelos lábios de um sacerdote; é a mãe que se multiplica para seus filhos, quando abriga no seu seio todos os infelizes.

Mas, quando se folheia este livro da vida, e que se chega à última página - à morte - quando a alma, em face do nada sente-se tomada desta grande e assombrosa ameaça do completo aniquilamento, é que se sente quanto há de consolador na religião.


(José de Alencar - Ao correr da Pena, pág. 82 - 85)



Texto longo, não?! Concordo! Mas por trás das poéticas palavras do escritor José de Alencar, no texto acima, está uma reflexão de que só buscamos Deus nos momentos de aflição.

Ou você, sequer, lembra da existência Dele quando se está muito feliz, com fartura, com dinheiro no bolso, com a família cheia de saúde? Por acaso lembra de agradecer pelas boas coisas que recebe do Criador?

Todos nós somos assim! Aí... quando a morte, a desgraça, e até mesmo a famosa "fatalidade" acontece... é Deus quem tem que limpar as nossas lágrimas e resolver nossos problemas... quando na verdade, Ele está presente na nossa vida em todos os momentos, sejam eles bons ou ruins.


É um assunto para se pensar com carinho e seriedade... 

Bom domingo!

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Esperando o homem perfeito




Afinidade


Afinidade é um dos poucos sentimentos que resistem ao tempo e ao depois. A afinidade não é o mais brilhante, mas o mais sutil, delicado e penetrante dos sentimentos. E o mais independente também.
Não importa o tempo, a ausência, os adiamentos, as distâncias, as impossibilidades. Quando há afinidade, qualquer reencontro retoma a relação, o diálogo, a conversa, o afeto no exato ponto em que foi interrompido.
Ter afinidade é muito raro. Mas quando existe não precisa de códigos verbais para se manifestar. Existia antes do conhecimento, irradia durante e permanece depois que as pessoas deixaram de estar juntas.
Afinidade é ficar longe pensando parecido a respeito dos mesmos fatos que impressionam, comovem ou mobilizam.
É ficar conversando sem trocar palavras, é receber o que vem do outro com aceitação anterior ao entendimento.
Não é sentir nem sentir contra... Nem sentir para... Nem sentir por... Nem sentir pelo... Afinidade é sentir com.
Sentir com é não ter necessidade de explicar o que está sentindo. É olhar e perceber... É mais calar do que falar, ou, quando falar, jamais explicar: apenas afirmar.
Afinidade é ter perdas semelhantes e iguais esperanças. É conversar no silêncio, tanto nas possibilidades exercidas quanto das impossibilidades vividas.
Afinidade é retomar a relação no ponto em que parou sem lamentar o tempo de separação. Porque tempo e separação nunca existiram, foram apenas oportunidades dadas pela vida.
(Artur da Távola)

Este texto eu vi em http://noauge4ponto0.blogspot.com


segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

A arte de chorar

A arte de chorar, a propósito é a primeira das artes, assim como as lágrimas são a única língua universal que existe na terra, e que provavelmente foi falada antes da Torre de Babel.

Quereis a prova?

Abri a boca e chorai... todo mundo entenderá que tendes fome.

Chorai e bebei as lágrimas; e logo se conhecerá que estais morrendo de sede.

Levai a mão ao coração e chorai olhando uma mulher; e ela compreenderás que a amais.

Erguei ao céu os olhos rasos de prantos, juntai as as mãos; e ninguém deixará de entender a prece muda de uma alma infeliz.

Voltai as algibeiras e deixai correr algumas lágrimas; e logo verás que não tendes dinheiro nem crédito.

Uma lágrima isolada, que prende da pálpebra, e corre lentamente por um rosto pálido e triste, exprime uma dor silenciosa e concentrada; é como uma gota de fel que verte do coração

Duas lágrimas límpidas que empanam às vezes o brilho dos olhos, e se desfilam docentemente pelas faces, dizem uma saudade, uma suave recordação.

O pranto e os soluços são a expressão do desespero, assim como uns olhos rasos de lágrimas e um sorriso revelam o momento da suprema felicidade deste mundo.

E entretanto, apesar do poder irresistível desta linguagem universal, todo mundo trata de rir, e ninguém sabe chorar. As lágrimas vão caindo em desuso; e apenas nas despedidas e nos enterros ainda se usa, bem que raras vezes, deste meio persuasivo.

(José de Alencar)



quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

A pós-mulher






Esse negócio de dizer minha ex-mulher, ou a ex-mulher do fulano, acabou. Agora se diz minha pós-mulher. A invenção não é minhamuito menos as mulheresQuemme soprou a inovação foi uma bela mulher de 52 anos, algumas vezes pós e que hoje, pasme!, dá aula para homens sobre o que é uma pós-mulher.

Claro que o surgimento da pós-mulher não elimina as ex-mulheres. Portanto nem todas as ex-mulheres tornam-se, automaticamente, pós-mulheres. Sim, porque tem ex-mulher que nasceu para ser ex-mulher o resto da vida. São aquelas que se dedicam a infernizar a vida do ex, a quem chamam – sempre! – de falecido. Muito embora o falecido seja obrigado a depositar uma grana viva todo mês para que ela se conserve na posição de ex.

Já a pós-mulher descobriu que ser ex a nivela a times de futebol e agências de publicidade. Fulana, ex-DPZ, ex-Salles, ex-W, ex-Julio Ribeiro, ex- Alcântara Machado. Já a pós, pode se orgulhar de ser uma pós-Ricardão.

O ex que a mulher carrega, a prende eternamente ao “falecido”. É como se ela vivesse grudada umbilicalmente a ele. Já a pós, dá a nítida impressão que já passou pelo sujeito. Que ela avançou na vida, que é, digamos, pós-graduada em homem. Um pós-mulher entende de homens como ninguém. Uma ex-mulher será definitivamente uma ex, dando a impressão que ela é quem foi a abandonada.

A ex-mulher leva embora a impressão de ter ficado apenas com as partes ruins do ex. Como se ela não tivesse aproveitado nada da convivência de alguns anos. A pós-mulher sai de cabeça erguida, ciente de ter sugado tudo do antigo amor e estar preparada para outras aventuras e vidas e amores.

A pós-mulher é independente, é claro. Ao contrário da ex que não consegue passar um dia sem imaginar maldades pra o coitado.

A pós se orgulha de ser pós. Mesmo que o marido tenha sido um fracasso com ela, ela pode se dizer é hoje ela é pós-ele, ou seja, superior, liberta. E, se o cara for legal, mais sentido ainda faz ser pós-dele. Aliás, as grandes pós-mulheres se orgulham de suas condições.

E tem mais: uma pós honesta e esperta é pós apenas uma vez na vida. Torna-se doutora, phd em homem, senhora de si e orgulho para os filhos.

Vou dar um exemplo de uma pós-mulher. A prefeita de São Paulo. Ela não é ex-mulher do Eduardo. Ela é pós-Eduardo. Cresceu com ele, aprendeu com ele e deve se orgulhar de ser pós-mulher dele. Já a Nicéia é ex-mulher do Pitta. Entendeu a diferença gritante entre uma ex e uma pós?

E eu, modesto, não tenho nenhuma ex. Tenho duas maravilhosas pós-mulheres.

E você, é ex ou pós?

Não se esqueça que a pós-mulher está acima de qualquer intriga com o antigo marido, costuma resolver problemas para ele e será para sempre não uma ex, mas uma eterna companheira. Uma mulher do pós-futuro.


Mário Prata - Revista época 24/04/2004.



Ah, as Mulheres de Vinte

Ah, as mulheres de vinte anos! Entre vinte e trinta. É o que há de melhor em mulheres no Brasil. E antes de ser tachado de velho tarado, aviso: não estou falando do corpo. É a cabeça menos preocupada em se tornar linda fisicamente. São lindas, simplesmente são. Desde a geração da minha bisavó (nascida no final do século 19) eu não vejo mulheres brasileiras tão autênticas. Tão elas. São elas, entre 20 e 30.

Eu acho que eu vou arriscar um palpite. Elas são filhas do que já houve de mais doido e revolucionário no Brasil. São filhas de ex-hippies, ex-líderes políticos estudantis ou de outras minorias, filhas de pai que já fumaram (e a maioria tragou), filhas de quem viu o homem subir no espaço e dizer que a terra é azul, e especialmente, filhas de feministas quase ortodoxas.Enfim, filhas de uma geração que lutou para abrir as portas.

Os seus pais, por serem iniciantes (além de muito jovens) em suas rebeldias, foram extremamente radicais. Me lembro de uma amiga feminista que não admitia que um homem segurasse no seu cotovelo para ajudar a atravessar a rua. Mas as mulheres de vinte não são feministas, são fêmeas. Ponto.

E as mulheres, que hoje têm entre 20 e trinta anos, souberam amenizar todo aquele nosso radicalismo. Parece simples, mas já nasceram com a sabedoria e a revolução que seus pais fizeram. Alguns, até morrendo.

Tudo isso além, é claro, daquela tatuagem que entra para dentro do biquíni, só para a gente ficar imaginando o que é aquilo e onde vai dar. Além, é claro, daquela orelha cheia de brilhantezinhos. Além, é claro, daquela que quem sabe que é. Além, sobretudo, do tom que vai do cor-de-rosa ou jambo verde-amarelo.

Antes mesmo de começar a escrever sobre você, que tem entre 20 e 30 anos, recebi um e-mail de uma de 22, jornalista e emancipada:

"Meu querido, mulher de 20 e poucos anos, não fica rindo quando fuma um baseado, não. Fica assim, louca para ficar, para experimentar todas as sensações, que por ter 20 e poucos anos, ela ainda não conhece. E não há nada mais excitante que a curiosidade - principal qualidade da mulher de 20. E com 20 anos essa curiosidade vai livre de medos e receios, pronta para usar e aguçar.

Mas o melhor de tudo é que com 20 anos você acredita que a vida é simples; que nós vivemos do que acreditamos; amamos tudo e todos, queremos dar e receber muito amor; conhecer gente, trocar energias, pegar um pouquinho de cada pessoa que passa pela nossa vida, desejar apenas fazer o bem, ser uma pessoa boa. Papinho bicho grilo este, né? Pode ser, mas tão mais saudável do que pensar na barriguinha que está crescendo, no botox que é caro, no cabelo que precisa de escova, no medo de envelhecer, etc"...

Ah, as mulheres de vinte... Abreviam tudo!

A maioria delas já é mãe. São mulheres que convivem com a filha, mãe e avó. Algumas até com bisavó. Apenas elas podem tirar proveito de viver um século inteiro sem sair de si mesmas. Aprendeu com a avó, com a mãe e agora se assusta com a própria filha. Que não a chama de senhora, onde já se viu? E a enfrenta na frente "das visitas".

Demorou um século para surgirem as mulheres de vinte. E nos puseram e nossos lugares. Admiradores, fãs e, porque não dizer, pai de uma delas que me ensina, diariamente, que viver não é tão complicado assim. Basta ter vinte anos. Sempre. Mesmo tendo acabado de fazer 58!


Mário Prata - Revista Época 27/02/2004



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